sexta-feira, 18 de novembro de 2011

imagem disponivel em: http://sandra-geosandra.blogspot.com/2010/03/chegada-dos-portugueses.html


O estudo da História do Brasil se inicia por volta do 5ª ano, e é muito interessante saber sobre a chegada dos portugueses em 1500 e sobre como ocorreu o “descobrimento” do país.
Mas, e como era a vida antes de 1500? O Brasil foi realmente descoberto?, ou foi invadido? A Terra era sem dono, ou ficou sem dono depois que os portugueses chegaram aqui?
Ao tentar responder estas perguntas  o ensino de História se restringe a passar somente os conhecimentos que favoreçam uma determinada classe de poder, e ainda que mostrem que os índios sofreram com essa invasão, isso aparece de forma superficial, não aprofundando sobre os reais acontecimentos e a desvalorização da cultura dos índios.
Segundo historiadores, habitavam o Brasil cerca de 5 milhões de índios, antes dos portugueses chegaram nesse território, que se dividiam em tribos segundo a sua variação linguística: tupi-guarani (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Antes de “descobrirem” o Brasil, já havia aqui estabelecido uma forma de vida, com relações pessoais, rotinas, e tudo o que compõem uma organização social, e os índios não precisavam de ninguém para chegar ao território deles e mudar toda a estrutura da vida que eles tinham.
O contato entre índios e portugueses foi embasado pelas estranhezas, pois eram culturas completamente diferentes, e percebendo a falta de preparação dos índios, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil, e a escravizar os índios ou utilizar o escambo em troca de mão-de-obra, oferecendo-lhes coisas que para a cultura portuguesa eram sem valor, mas que iludiram os índios, como espelhos, apitos, colares e chocalhos.
E cada vez os portugueses exploravam mais terras brasileiras, e para isso começaram a usar de violência com os índios, por vezes os matando. Esse comportamento seguiu por séculos, e foi a causa da exterminação da maior parte dos índios que aqui viviam.
A cultura indígena era vista pelos portugueses como algo grosseiro e inferior, e por isso eles se achavam no direito de dominá-los, sentindo-se superiores. E acreditavam que a função deles era converter os índios para o cristianismo e faze-los seguirem a cultura europeia, tirando assim a identidade do índio.
A escravidão e o uso da violência e da dominação traz a negação do caráter do cidadão e de dignidade. O ser humano não é valorizado pelas diferenças, mas sim pelas permanências impostas pela sociedade que só visa o lucro.
A história dos índios já foi muito sofrida, e resultou na extinção de muitas tribos, e a educação ao invés de tentar amenizar esse sofrimento, dando reconhecimento para o índio, faz com que o mesmo seja mais desvalorizado, ao estuda-lo de forma superficial, pois durante os estudos da colonização do Brasil a evidência é dada para os portugueses – dominantes- e não para os dominados. Falando somente da cultura indígena no dia do índio, e ainda trazem somente algumas características que não trazem a identidade deste povo.
A sociedade é egoísta, e só pensa no seu próprio bem-estar, ninguém se preocupa com o outro, e é por isso que vemos essa desvalorização em massa. A classe dominante que aparece é sempre a mesma, homens, brancos e poderosos. As mulheres, crianças, os negros, índios, os pobres e qualquer outro grupo social são extintos dos direitos comuns a todos. A Lei assegura direitos igualitários para todos, mas a realidade se distancia do papel escrito, e causa muito sofrimento, tornando cada vez mais difícil à convivência, evidenciando a intolerância.

THALITA JENIFER

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Diversidade na escola



A música "A ciranda da bailarina" de Adriana Calcanhoto, nos mostra exatamente qual é o nosso ideal ao pensarmos na criança em sala de aula, aquela que é perfeita sem erros e sem defeitos.
Por vezes os futuros educadores quando saem das faculdades idealizam suas crianças; de forma a chegarem na sala de aula e se depararem com algo que não esperavam, por exemplo, crianças que gritam, que desobedecem, que se batem, se mordem, e diante de tantas dúvidas sobre como agirem eles logo pensam estarem na profissão errada.
 Para que tais dúvidas não façam parte da vida dos educadores, o ambiente de discussão e reflexão que a faculdade proporciona é o essencial, para que vejamos as crianças não como ideais mas sim como crianças reais, aquelas que desobedecem, se batem, se mordem, o diferencial é que quando isso ocorrer em sala de aula o educador tenha consciência de que por vezes é necessário que a criança morda, pois está na fase oral onde tudo o que está ao redor é levado à boca, desde que não seja o amigo, o olhar do educador é fundamental para que não crie pre-conceitos com as crianças e nem crie titulos para elas como chatos, feios, dentre outros que tantas vezes vemos presentes em sala de aula.
O educador diante de tantas diversidades deve ter um olhar ideal para a infância e para tudo o que essa fase tão agradavel pode e deve proporcionar às crianças.
Nossas crianças podem sim ser "bailarinas", ou seja crianças perfeitas, desde que se leve em conta todo o processo pelo qual elas passaram, pois a "bailarina" nada mais é que o resultado final do processo. Ou, melhor do que ser bailarina é ser simplesmente criança!!!
                                                                                            Glenda Santana

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

REFLETINDO SOBRE A GEOGRAFIA

A alfabetização geográfica por vezes é confundida com o fazer leituras de mapas, decorar os nomes dos rios, estados e capitais; mas o ensino da geografia vai muito além, e requer uma reflexão sobre o “ensinar a ler o mundo”. Mas este termo não é muito comum a nós, pois tendemos a ensinar de acordo com o que nos foi ensinado na escola, que são conteúdos sistemáticos que não tem significado na vida do aluno, e torna-se uma educação que vise apenas a reprodução.
A geografia tem a função de abranger conteúdos além da sala de aula, mostrando aos alunos a leitura do espaço, da vida, do cotidiano, afim de que o aluno se torne um ser reflexivo e critico quanto a sua realidade.
Gramsci nos mostra que a prática sem a teoria tende a alienação e a repetição, e a teoria com a prática tende a contemplação e a idealização. E é por isso que nós futuros pedagogos devemos repensar o ensino buscando não sermos técnicos em pedagogia, pensando apenas na prática, nem só teóricos, devemos pensar criticamente, para que o eixo que há entre a teoria e a prática nos leve a novas teorias e novas práticas.
O ambiente escolar que iremos atuar contempla a todo o momento questões voltadas a hegemonia e a reprodução cultural, visto que as escolas são usadas para transmitir idéias culturais que são marcas da influência das classes sociais dominantes ou governantes.
O capitalismo tem sufocado as pessoas e sua cultura, tornando o cidadão em consumidor, que têm direitos somente se ele for um “bom pagador”. Cada vez mais estamos voltados aos avanços tecnológicos e as inovações que vêm surgindo, e estamos nos alienando, sem nos preocuparmos com a saúde, a educação, a política e a econômia. O capitalismo nos torna egoístas e individuais, só pensamos no bem próprio, e não no coletivo.
Mas a mudança deve vir de baixo, das camadas em massa que são as alienadas, e segundo Milton Santos essa história só mudará se essa população utilizar o seu grande potencial revolucionário.
E se a mídia e as outras fontes de informações estão a serviço do capitalismo, cabem a nós futuros professores provocar em nossos alunos a ação reflexiva, que os fará refletir sobre a realidade em que vivem. O papel do pedagogo diante dessas questões é conduzir os alunos a autonomia, educando-os para a cidadania, para a luta de seus direitos, levando-os a repensar a sua realidade, a globalização geral e os valores pelo qual estamos expostos a todo o momento.
Por: Glenda Santana e Thalita Jenifer

Memórias do Silencio


Durante minha formação escolar, percebia que ao longo do desenvolvimento das matérias tradicionais eu tinha a sensação de rever o mesmo conteúdo do ano anterior e por vezes era assim mesmo, tinham pequenas alterações pra ficarem de acordo com a faixa de ensino, mas ainda assim parecia sempre à mesma coisa. Infelizmente é o que tenho em minha memória, uma educação sem muito dinamismo e poucas articulações nos temas, tornando o ensino maçante e repetitivo, uma pena! Pois ir a escola, construir saberes e conhecimento real e verdadeiro, antes de qualquer coisa deve ser um ato de prazer e iniciativa.
Em se tratando da Historia do Brasil, a falta de articulação é ainda pior, os conteúdos por vezes eram mera reproduções do que continham nos livros didáticos, eram as mesmas figuras: a chegada dos portugueses em grandes embarcações, escravos negros sendo açoitados, índios sendo catequizados etc. lembro-me de quando chegavam as datas comemorativas, certa vez foi quando o Brasil completara 500 anos de seu “descobrimento”, foi uma “baita” comemoração, todos empolgados na escola, os portugueses eram heróis cantávamos musiquinhas que diziam isso de forma sutil, a mídia ajudou muito nesta “louvável” comemoração, mas não me lembro de reflexões profundas e provocativas e discussões a respeito do que realmente aquilo significava ou, o que era o outro lado da moeda; como crianças achávamos tudo aquilo divertido mas depois não fazia sentido algum.
Aqui vai um exemplo resumido do que foi para mim o ensino de História do Brasil: “... os portugueses descobriram o Brasil no ano de 1500 e os índios foram colonizados pelos portugueses e catequizados pelos padres jesuítas (...) e ai para dar conta da demanda do trabalho nas fazendas que se constituíram, trouxeram os negros da África em navios para o Brasil e aqui eram escravos e trabalhavam pra ter comida (...) muitos anos depois a “heroína” princesa Isabel assinou um documento que abolia a escravidão e assim eles foram libertos (..) Fim”, e o que vem depois? O que aconteceu com os escravos que foram libertos? Para onde eles foram? E os índios? Estavam a onde quando isto aconteceu? Tiveram participação? Essas perguntas não foram respondidas. Descrevi de uma forma irônica o que foi esse ensino, mas que a realidade não está tão longe desta ironia, e o mais interessante é que sequer havia espaço para duvidas e questionamentos, e olha que na minha cabecinha eram muitas do tipo: quem foi o “cara” que pintou isso? Como ele conseguiu? Ele era do Brasil? Porque só as crianças indígenas estão com o padre? E as crianças que tem a mesma cor que eu, onde elas estão? Porque as mulheres negras estão com rostos tão tristes, não vejo sorriso?eles estão sempre bravos? Será que os negros são maus?, pois é, eram exatamente essas as duvidas que surgiam e tantas outras, mas acabava não expondo por achar as aulas um habito corriqueiro e normal; os anos passavam e ficava por isso mesmo, mas o engraçado é que sempre que surgia o assunto tinha um mosquitinho da duvida me beliscando.
Enfim, entrar no curso de pedagogia e fazer parte de uma educação mais humanista foi uma escolha primordial, as discussões e reflexões abriram o campo critico e compreensivo de minha mente e eu consegui fazer um resgate em minha memória e analisar cada item crescendo ainda mais a vontade de fazer diferente ante as possibilidades que as reflexões trazem e ampliar os horizontes, os negros antes de serem trazidos a força faziam parte de uma pátria, uma nação e tinham cidadania, costume, uma historia, uma vida, antes da chegada dos portugueses as terras tupiniquins já eram habitadas pelos índios na verdade foi uma invasão, e que uma assinatura quase que forçada não é suficiente pra tornar alguém herói, por que apesar de abolir a escravidão sequer deram oportunidades para que os negros se reconstituíssem como cidadãos por causa da barreira do preconceito trazendo serias conseqüências sociais ao longo da história.
Isto e muitas outras questões devem fazer parte de um currículo de ensino, de um plano de aula bem elaborado, trazendo as possibilidades de mudança começando por mim e por cada um ampliando a visão e compreensão, quebrando o silencio das duvidas e questionamentos e “alargando as fronteiras” (Paulínia).
Fica aqui minha humilde reflexão e que não para por aqui, pois ainda há muito a ser construído e melhorado, deixo também uma dica de literatura “O Rei Preto de Ouro Preto” autor: Silvia Orthof, muito interessante é ótimo para todas as faixas de idade e para adultos também, vale a pena.                                                                                                 
                                                                                                                                 Por:  Keila Soares  

terça-feira, 15 de novembro de 2011

UM ENCONTRO COM MILTON SANTOS


                O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.
                   O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: "O Povoamento da Bahia" (48), "O Futuro da Geografia" (53), "Zona do Cacau" (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal "A Tarde" e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um "prêmio Nobel", o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: "Por Uma Outra Globalização" e "Território e Sociedade no Século XXI" (editora Record) . Milton Santos, este grande brasileiro, morreu em São Paulo-SP, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer.



               Destacamos o documentário "O mundo Global Visto do Lado de Cá", filme produzido pela cineasta brasileiro Silvio Tendler onde ele realiza uma entrevista com o geógrafo Milton Santos, quatro meses antes de sua morte.

             O filme nos leva a refletir sobre as injustiças do capitalismo no mundo e no nosso país, nos levando a criar uma consciência crítica sobre tudo que a globalização tem imposto à todos nós diante de um mundo em processo acelerado de transformação.
Este documentario proporcionou refletir sobre como vemos o mundo, qual a nossa perspectiva, ou se estamos apenas expostos aquilo que nos é imposto.
 Este documentario traz inumeras contribuições acerca do estudo para a alfabetização geografica,em como podemos refletir sobre nosso contexto historico/social, se nem ao menos conhecemos a realidade que estamos vivendo? O documentario nos mostra as inumeras realidades tanto do nosso pais, como o de outros, e como isso se reflete em nosso cotidiano.
As lutas socias pelas quais as pessoas enfrentam, nem sempre nos são apresentadas pela midia, que por inumeras vezes ou quase sempre se preocupam apenas em embelezar a situação e aborda-la do seu ponto de vista visando seus interesses.
Enfim, refletirmos sobre o mundo em que vivemos não requer apenas estudos, é mais do que isso, é olharmos as situações não de um ponto de vista massificado, mas sermos capazes de reconhecer a verdadeira realidade e não convivermos com um futuro "possivel", mas estarmos prontos a muda-lo.
Acesso em 15 de Outubro de 2011




Por: Claudineia Alves da Costa e Glenda Santana