segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Colonizados X Colonizadores: Um pouco da História da África

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)

É comum vermos nos livros didáticos de História, relatos de acontecimentos que favorecem sempre as classes dominantes, excluindo dessa forma, as classes menos favorecidas, que foram as que mais lutaram para sobreviver diante de guerras e revoluções, que tinham objetivo de quebrar o autoritarismo dos mais fortes.
Um povo que sofreu muito com essa opressão, e que enfatizarei nesse artigo foi o povo Africano.
A começar pela exclusão da identidade do continente. A África, é muito populosa, possui 800 milhões de habitantes, dividos em 54 países, que se subdividem em 5 regiões. Enfim, é toda uma estrutura populacional que é desconhecida e desconsiderada por muitos.
Apesar de toda essa população, os livros didáticos só fazem menção do povo africano, no estudo do povo egípcio, que também faz parte do continente, mas que não traz as reais marcas de luta vivida pelas classes menos favorecidas.
Para dar voz a esse povo que sofre discriminação forte nos dias de hoje, vamos buscar um pouco mais na Historia da África, e assim entender o que faz com que toda essa exclusão ocorra.
... Há muitos anos atrás... Em um reino não tão distante...
Os europeus chegaram a África, por volta do século XIV, o capitalismo industrial estava se expandindo, e precisava-se correr em busca de novas riquezas para oferecer no comércio e de mão de obra barata ( pra não dizer gratuita)
Em meados do século XIX inicia-se a dominação política e econômica no continente e quase todo o território foi sendo invadido e ocupado, criando-se assim muitas colônias. Além disso, nesse período começam a surgir potências concorrentes, como a Bélgica, Alemanha e Itália.
A partir de 1880, começa uma competição entre as metrópoles, que brigam para ocupar o território africano.
É possível ver marcas de um autoritarismo agressivo, que não respeitava a cultura e população deste continente. Essas potências se achavam no direito de simplesmente invadir terras que já estavam ocupadas, só porque tinha em suas mãos o poder de armas mais potente.
Como se não bastasse todo o sofrimento já causado, por causa da invasão, em 1884, houve uma conferencia denominada Conferência de Berlim, que teve por objetivo a partilha da África, era uma conferencia onde as potências se uniram para discutir e instituir normas para a ocupação.
Uma partilha arbitrária, que não respeitava as etnias, as diferenças linguísticas e culturais, as rivalidades entre os povos, e que causou grandes conflitos, pois dentro de uma mesma colonia estavam grupos de pessoas que nunca se viram, não falavam a mesma língua, e que por causa da sobrevivência e da convivência muitas vezes se odiavam, ou seja, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas, o que causou sofrimento e desvalorização do povo africano, que não era considerado e nem visto como cidadãos e parte de uma soceidade. Os colonizadores chegaram em territórios africanos se sentido no direito de dominar sem se quer ouvirem os que ali ja estavam.
Mas a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, as colônias africanas começaram a ter independência, Com exceção do Egito, que tinha proclamado unilateralmente a sua independência em 1922, e da África do Sul, que se tinha tornado autonoma em 1910, na forma de domínio do Império Britânico.
Um dos grandes motivos para essa descolonização, foi que o continente europeu ficou desestabilizado após a Segunda Guerra, pois sofreu com a destruição e com o declineo economico, dessa forma os países que tinham dominio sobre colonias na África foram perdendo o controle dos territorios sobre sua administração.
Aliados a esse enfraquecumento, começam a surgir movimentos de luta pela independência em todas as colonias africanas, que geraram muitas protestos, manifestações e confronto com os colonizadores, que acabaram concedendo, após muitas lutas e resistências, a independencia.
Mas por causa da partilha da áfrica, feita nos tempos da colonização, onde foram delimitados novas fronteiras no continente, houve uma grande instabilidade politica, por causa dos conflitos que eram gerados entre os povos rivais. O que resultou na permanência de autoridade, pois as minorias continuaram sendo reprimidas por grupos majoritários.
Depois de longas décadas de lutas para alcançar a autonomia política e econômica, hoje a África conta com 53 territórios independentes, salvo o Saara Ocidental, que é um território de domínio do Marrocos.
Mas as marcas da colonização ainda ficam cravadas na vida e na história do povo africano. Vale ressaltar que o preconceito que hoje se tem com pessoas afrodescendente é devido a essa desvalorização injusta que os europeus causaram nos africanos, e que traz dor e sofrimento desnecessários, se houvesse o respeito a diversidade tanto cultural  como étnica, ou indo mais além se houvesse respeito pelo ser humano em sua totalidade.
Diante de tanto sofrimento causado e de toda a injustiça contra os africanos, faço minhas as palavras de Nelson Mandela: “Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”
Por: Thalita Jenifer



Imagem disponivel em: http://metv-metv.blogspot.com/2010/08/o-continente-africano-e-amplamente.html
acesso em: 17 de outubro às 15:00