quinta-feira, 3 de novembro de 2011

RESENHA:

 AVENTURA PEDAGÓGICA

"Educar é sempre uma aposta no outro. Ao contrário do ceticismo dos que querem "ver para crer", costuma-se dizer que o educador é aquele que buscará sempre "crer para ver". De fato, quem não apostar que existem nas crianças e nos jovens com quem trabalhamos qualidades que, muitas vezes, não se fazem evidente nos seus atos, não se presta verdadeiramente, ao trabalho educativo." (Antonio Carlos Gomes da Costa).


No livro Aventuras pedagógicas, Antônio Carlos Gomes da Costa, traz relatos da sua experiência e vivência na Fundação Estadual do Bem-Estar de Minas Gerais feminina, que atende crianças e adolescentes infratoras. São relatos das atividades pedagógicas ali realizadas, em contraponto a todas as dificuldades que ocorrem naquele espaço. O livro é um diário onde ele escreve sobre as práticas exercidas na Fundação, pelos educadores e pelas educandas, aonde ele vai fazendo análises e questionamentos sobre todo o processo de ensino aprendizagem.
Trago neste artigo, considerações e reflexões sobre três capítulos, que demonstram claramente como se dá a educação para com essas meninas, são eles: Educação, Tempo e Liberdade.
A proposta que Antônio Carlos traz em seu trabalho é uma educação diretiva, critica e democrática, ou seja, as relações de poder são delimitadas de forma clara, onde tanto educadores como educandas reconhecem seus direitos e deveres, mas ao mesmo tempo há democracia no sentido de que ambas as partes têm voz no âmbito educacional e têm espaço par colocarem seus pontos de vista.

Para nós, educar é criar espaços para que o educando, situado organicamente no mundo, empreenda, ele próprio, a construção de seu ser em termos individuais e sociais.(p. 63)

O educador deve criar os espaços e as condições para que o aprendizado e a educação aconteçam, articulando espaço, tempo, coisas e pessoas, para que o educando cada vez se assuma como sujeito responsável e com compromisso. O educando deve ser possibilitado a contextualizar-se, se distanciando criticamente das circunstancias determinantes que ele viveu antes de estar no espaço educacional da FEBEM, tornando-se autor do seu processo de aprendizagem, e não simplesmente ator. Antonio Carlos ressalta que: “ O papel do educando é educar-se e o do educador é ajuda-lo nessa tarefa” (p. 64)
Na Fundação, eles não trabalham com o método de que se o jovem caiu ele deve levantar-se sozinho, pois dessa maneira o educando perde o foco, pois passa a maior parte do tempo se culpando, criando assim dificuldade de avançar e de confiar em si mesmo. Quando o jovem consegue enxergar sua realidade de forma critica, ele trabalha melhor seu sentimento de culpa e os outros sentimentos que o cercam, permitindo-se superar as posturas que por vezes lhes foram impostas pela sociedade.

Tínhamos de falar primeiro pelos atos, para, depois, falar pelas palavras.(...) Substituir parcialmente o discurso das palavras pelo curso concreto dos acontecimento.(p. 66)

Outra característica da prática pedagógica aderida pela Fundação, foi a criação de acontecimentos que levassem para as alunas a mensagem pedagógica que queria ser transmitida, pois com o tempo, foi-se percebendo que as meninas davam mais atenção para as atitudes mostradas do que simplesmente falada, e quando isso foi constatado, iniciou uma nova forma de trabalho, onda tinham festas, assembléias, organização da biblioteca, e tantas outras atividades que levavam as meninas a criarem responsabilidade e compromisso com a educação e ao mesmo tempo as divertia, sem precisar que isso fosse falado o tempo todo, e a partir de então o diálogo se tornou possível.
Vale ressaltar e lembrar, que as meninas de quem falamos, eram meninas infratoras, mas que nem por isso são rotuladas dessa forma, pois se acredita que não se deve supervalorizar o passado dessas alunas para explicar o presente e o futuro, e sim que o passado deve apenas ser compreendido pelo educador para que este não venha exigir das meninas algo antes de compreender a sua situação já vivida. As meninas são vistam como um conjunto de potencialidades, que são consideradas pelo que podem ser, e não pelo que foram.
Quanto à liberdade, Antonio Carlos deixa claro que as exigências, normas, deveres e até as punições são necessárias, pois é preciso se estabelecer delimitações. Quando ele se refere a liberdade, deixa claro que a hierarquia e as relações de poder existem, o educador tem um poder sobre sua sala, pois ele deve a conduzir, mas essas relações não acontecem de forma autoritária, e os educandas tem vez e voz para se colocarem e fazerem valer o seu ponto de vista. A relação entre educador-educando deve ser compreendida, e cada um deve saber seus direitos e deveres.
Essa liberdade foi construída entre os educadores e as educandas, e par isso foi preciso dois aspectos importantes: ousadia e precaução.
Ousar, quando confiavam às meninas o direito de ir e vir, participar da vida da cidade, saírem a noite, namorar e ter amizade entre os rapazes da comunidade, para que elas desenvolvessem a vida afetiva. Mas por outro lado tiveram que criar o Guia da Educanda, que continha normas e regras a serem cumpridas, introduzi-las nas reuniões e assembléias para resolução de problemas, para que elas fossem criando a liberdade em conjunto com o educador.
Os relatos que o autor traz no livro, nos fazem refletir sobre nossa futura prática dentro de sala de aula, e isso é uma necessidade constante. Os relatos são de uma FEBEM, mas trazem considerações importantes sobre qualquer prática pedagógica, em qualquer ambiente educacional, pois independente de onde vamos exercer nossa função de educador, sempre encontraremos a diversidade de culturas e de realidade entre os alunos, e lidar com isso não é um tarefa fácil, mas devemos romper com modelos excludentes e discricionários que sociedade e a mídia impõem, e buscar uma educação que atenda a todas as necessidades.

THALITA JENIFER DE MELO


Referência:

COSTA, Antônio Carlos da. Aventura Pedagógica. Editora Columbia Cultural. 1990. 150 pg.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fordismo, Taylorismo, Toyotismo

A partir do surgimento da revolução industrial que se viu a necessidade de novos sistemas de produção, devida ao aumento da demanda do mercado as empresas procuraram meios de se organizarem, a partir disto surgiram os sistemas Taylorista, Fordista e Toyotista.
O sistema Taylorista surgiu logo após a revolução industrial com sua principal caracteristica voltada a organização do trabalho, tendo em mente a ideia de aproveitar melhor o tempo de cada funcionario, exigindo que dessem o melhor de si evitando o esperdicio de tempo e de materia prima.
Logo após temos o sistema Fordista que e baseava em dividir as funções dentro de uma fabrica, sendo duas estas divisões: a do planejamento e a da execução, Henry Ford buscou a partir deste pensamento não somente realizar estas divisões mas tambem cercar-se dos melhores profissionais para planejar sua industria e administra-la, dessa forma surgem as fabricações em serie.
Já no sistema Toyotista vemos um gerenciamento que visa otimizar a organização do trabalho de forma a atender as necessidades do cliente no menor prazo possivel. este sistema visa tambem envolver toda a empresa no processo d eprodução integrando todas as areas, fazendo com que gere um sistema de produção enxuta, o sitema Toyotista preve dessa forma a eliminação completa de toda e qualquer perda.
vemos que ambos os sistemas foram revolucionarios em sua epoca, mas tambem o são hoje pois ainda vemos estes sistemas sendo muito utilizados hoje em dias em grandes empresas. 

Pensando nestes sistemas à partir da pedagogia vemos que não lidamos com teorias e práticas, mas sim com  pessoas e como elas realmente são e não devemos ve-las como "quantidades" que simplesmente produzem e,  pensar no ser humano faz toda a diferença para que se sintam parte do processo e tambem que sejam respeitados em suas diferenças e dificuldades.
                                                                            Glenda Santana

A intolerância na sociedade




A sociedade está cada mais intolerante. A falta de respeito ao próximo e aos valores de uma relação humana estão aparecendo cada vez mais e deixando grandes marcas na vida e na história de muita gente.
A imagem acima mostra uma pichação feita em um muro de escola de educação infantil, no bairro do Limão em São Paulo. A diretora, Cibele Racy, conta em entrevista ao site Em Movimento, que a pichação é uma reação às ações afirmativas, pela igualdade racial, desenvolvida desde o início do ano entre os alunos. A escola estava com um projeto sobre a cultura da África, e todas as atividades da escola estavam voltadas a isso: festa junina com temas africanos, trabalhos com musicas e instrumentos africanos, passeata no dia na consciência negra com pais e alunos. Diz a diretora que os pais estavam gostando muito da iniciativa, mas que acredita que tocar em uma ferida como as questões étnicas, traz também a reação daqueles que não conseguem respeitar o outro como um cidadão pertencente aos mesmos direitos.
Na frase: ”Vamos cuidar do futuro de nossas crianças brancas”, e com o símbolo da suástica, é possível ver um preconceito relativo às questões étnicas e culturais, onde se declara que só as crianças brancas têm direito a um futuro e a uma educação.
Essas concepções de pureza na raça, onde só os brancos são valorizados, trouxeram muitas guerras e mortes. Para defender suas ideias os fascistas utilizavam-se e ainda utilizam-se da violência física e moral. Para esse grupo, só os brancos são considerados homens valentes e merecedores do poder. Negros, índios, judeus, pacifistas e defensores da não violência são odiados, e por muitas vezes vitimas dos ataques.
Se continuarmos assim, o medo e as revoltas vão dominar a sociedade cada vez mais, e logo não se poderá sair de casa. É preciso compreender que somos todos seres humanos, todos temos parte na Declaração dos Direitos Humanos, temos os mesmos direitos. Não há melhor capacidade definida pela cor, raça, origem, cultura, religião ou qualquer outra classificação. Cada um de nós tem particularidades, individualidades, valores morais e espirituais que são próprios de cada um, e essas diferenças devem ser respeitadas. O egoísmo tem tomado conta de nossos dias, e já não enxergamos mais o outro com amor, vemos o outro sempre como um inimigo que temos que vencer, isso vem de outro fator que é a competição causada pelo sistema capitalista, onde um sempre tem que superar o outro para alcançar o ‘status’.
Como futura educadora, coloco minha esperança na minha prática e nas práticas dos meus colegas de pedagogia, pois acredito em uma educação que não coloque em
relevância o poder de alguns povos e menospreze a cultura e a vida de outros. A iniciativa dessa escola onde o muro foi pichado foi de extrema importância, e já é um começo para a mudança. É claro que haverá reações, mas se olharmos na história de toda a sociedade vemos que não houve vitória de uma classe social sem reações contrárias. Essas reações devem servir como o “gás” para que continuemos a trabalhar mais e mais nesse objetivo, pois se estamos incomodando é porque estamos conseguir tocar as pessoas.
Um artigo publicado na internet sobre a intolerância diz: “Não há como construir uma sociedade democrática e justa para todos, se nossos conceitos tiverem como parâmetro estrutural a intolerância. E a educação é o esteio capaz de assegurar que os educandos de hoje sejam os cidadãos fraternos e progressistas do amanhã”.
Cabe a nós, futuros educadores, formar esses cidadãos fraternos e progressistas, no intuito de amenizar essa intolerância e esse desrespeito ao outro. Não é uma tarefa fácil e sim uma caminhada árdua, com muitos obstáculos, mas se nós nunca começarmos, nunca teremos a esperança de um dia alcançarmos.
                                                Thalita Jenifer de Melo


Referencias:
Imagem - http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/10/muro-de-escola-na-zona-norte-de-sp-e-pichado-com-frase-racista.html
Entrevista - disponível em: http://www.dmptsp.org.br/news/1208-crime-racial-pichacao-em-emei-pode-ser-reacao-a-projeto-pedagogico.html. Acessado em: 27 de outubro de 2011 ás 9h00
Citação de artigo - Artigo publicado na Revista Bula e no portal da Associação dos Professores de São Paulo. Antônio Carlos dos Santos - criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e da tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo. acs@ueg.br. Disponivel em: http://culturaeducacao.blogspot.com/2007/09/intolerncia-racial-e-social.html


Texto para Reflexão: Quando é o outro
Quando o outro não faz é preguiçoso.
Quando você não faz... está muito ocupado.
Quando o outro fala é intrigante.
Quando você o fala... é crítica construtiva.
Quando o outro se decide a favor de um ponto, é "cabeça dura".
Quando você o faz... está sendo firme.
Quando o outro não cumprimenta, é mascarado.
Quando você passa sem cumprimentar... é apenas distração.
Quando o outro fala sobre si mesmo, é egoísta.
Quando você fala... é porque precisa desabafar.
Quando o outro se esforça para ser agradável, tem uma segunda intenção.
Quando você age assim... é gentil.
Quando o outro encara os dois lados do problema, está sendo fraco.
Quando você o faz... está sendo compreensivo.
Quando o outro faz alguma coisa sem ordem, está se excedendo.
Quando você faz... é iniciativa.
Quando o outro progride, teve oportunidade.
Quando você progride... é fruto de muito trabalho.
Quando o outro luta por seus direitos, é teimoso.
Quando você o faz... é prova de caráter.
Disponível em: http://salvemaria.sites.uol.com.br/eskisito.htm

Literatura de cordel


Literatura de Cordel baseia-se na manifestação artística de uma determinada cultura e que por meio da escrita, cantigas de rodas e em forma de prosa são transmitidas historias do cotidiano real de quem as conta ou também historias lúdicas criadas para entreter quem as ouvem.    Os principais temas na literatura de cordel que se destacam: romance, religião, preconceito, política, preconceito social etc., não há limites para criar um cordel
O Cordel chegou ao Brasil junto com os colonizadores portugueses e também com os trovadores com a tradição dos folhetos (cordel). E no final do século XIX a literatura de cordel ganhou força e se fixou a cultura brasileira mais precisamente a cultura nordestina onde obteve maior aceitação e até hoje na forma com a qual conhecemos nessa mesma época surgem os primeiros grandes artistas do cordel como, Ugolino Nunes da Costa, Germano da Lagoa e Leandro Gomes de Barros (1861-1918) este se tornou um dos mais importantes e elementos principais da literatura de cordel no Brasil. Os vendedores desses folhetos geralmente iam de feira em feira, e em praças públicas para divulgarem essa arte, e para facilitar esta dinâmica colocavam os folhetos em cordas ou varais, amarrados em troncos de arvores e postes, assim a origem do nome cordel. O cordel era impresso em um papel barato e bem fininho geralmente de cor amarelada ou em preto e branco, o texto é todo em versos e na maioria das vezes estrofes com seis versos cada sendo forte também a presença de rimas, as ilustrações eram presentes somente nas capas destes folhetos onde o autor reproduzia o desenho e utilizava um carimbo de madeira esculpido delicadamente à mão, daí a chamada xilografia ou xilogravura.
Preservar a cultura da literatura de cordel é de suma importância, pois através dela tem a oportunidade de preservar uma historia de um povo, de uma realidade passando de geração em geração de uma forma simples e direta, com uma linguagem rica e coesa. E na maioria das vezes conhecemos o povo nordestino e suas historias desventuras, o sofrimento, mas também espontaneidade e a alegria de um povo, tudo isto por meio de um cordel. Hoje o cordel é difundido pelos autores contemporâneos que se utilizam também desta técnica como forma de criticar a forma como as políticas publicas são conduzidas e como isto atinge diretamente cada cidadão.
A escola também é um importante meio de preservar a cultura e suas influencias, através de uma educação que abrange todos os meios e instrumentos com vistas a favorecer aos alunos uma construção critica da realidade através da arte e seus movimentos. 
                                                                             Keila Soares