domingo, 23 de outubro de 2011

Repensando às praticas ao ensino da geográfia


Na obra “O espaço geográfico ensino e representação” vemos a importância da concepção da noção de espaço; visto que esta começa a construir-se antes da escolarização.
Com isto cabe a escola priorizar a aprendizagem da geografia voltada para a compreensão das formas em que a sociedade organiza seus espaços.
As autoras ressaltam que os professores de 1º grau estão mal preparados para o ensino da geografia, visto que em suas formações não tiveram nada que os habilitasse à levar seus alunos a pensarem e dominarem os conceitos espaciais; por isso a preocupação deste livro é fazer com que os leitores realizem um desenvolvimento no sentido geográfico.
Baseadas na Proposta Curricular para o Ensino de Geografia, as autoras mostram que o trabalho da geografia com relação à orientação, localização e representação deve partir do espaço próximo para o distante, levando os alunos a pensarem primeiramente naqueles espaços que estão ao seu redor, como suas casas, vizinhanças, e até mesmo o seu próprio corpo.
Quando o professor orienta seus alunos à representação do espaço através de mapas isso permite que, se construa uma nova organização em sua concepção de espaço.
A principio muitas vezes em nossas aprendizagens de geografia nos foi mostrado a leitura de mapas, servindo apenas para nós localizarmos rios, cidades ou estradas, porem o que nos cabe como educadores é abranger a leitura de mapas, sendo estes utilizados como modelos de comunicação, pois é uma representação codificada de um determinado espaço real, esta é a visão que devemos construir em nossos alunos, abrangermos o estudo da geografia, e mostrarmos o quão fascinante ela é.
 Abrangermos de forma a falarmos que os mapas não foram introduzidos e produzidos pela sociedade moderna, mas sim, mostrarmos que suas primeiras utilizações estão datadas da época dos homens das cavernas, que serviam para expressar seus deslocamentos para outras regiões e também para registrarem suas caças, as matas e rios existentes no ambiente; porem para este mapas eram utilizados símbolos iconográficos que visavam melhorar a sobrevivência dos homens.Naquela época os mapas eram topológicos onde não haviam as legendas.
A importância de lermos um mapa está relacionada à compreensão da distribuição e organização dos espaços, e também em nos informarmos e utilizarmos este modelo para que tenhamos uma visão de conjunto, sem nos esquecermos que a principio as pessoas que possuíam acesso aos mapas eram aqueles detentores de poder, ou seja um mapa é mais que um simples instrumento de localização, pois se pensarmos a fundo ele pode ser um meio de adquirirmos poder sobre determinada região ou povos.
Para Yves Lacoste ler um mapa vai alem, requer conhecer o seu próprio espaço, no qual a geografia e a cartografia se detêm de um conhecimento estratégico, que permite às pessoas conhecerem o espaço e sua representação e com isso poderem organizar e dominar este espaço.
Para se ler um mapa precisamos nos utilizar de algumas etapas das quais constam: ler o titulo, observar a legenda, realizar a leitura dos significantes/significados, e refletir sobre a distribuição/organização, há também que se observar a escala gráfica ou numérica, para que assim possamos estabelecer comparações ou interpretações.
Já Piaget nos apresenta sua teoria na qual a criança na idade do pensamento concreto, necessita agir, pois dessa  forma conseguirá construir conceitos e edificar seus conhecimentos, com isso Piaget sugere aos professores que levem os alunos a elaborarem mapas, para que assim se tornem leitores eficazes.
Porem diante de todas estas teorias as industrias ao se utilizarem disto acabam interpretando de maneira errônea, fazendo com que haja disponíveis no mercado, uma grande quantidade de cadernos de mapas “mudos”, para que o aluno coloque por exemplo, qual o nome da região, pintar os rios, escrever uma legenda dentre outros.
Com isto as autoras mostram uma serie de atividades que podem ser trabalhadas com as crianças no ensino da geografia, sem fazer com o ensino se torne algo estático e que não faça sentido para o aluno.
As atividades que são apresentadas no livro sevem como um norte para o professor, no sentido de levar seus alunos à refletirem e agirem sobre o espaço, servindo apenas como sugestões e não simplesmente como reprodução automática, pois o intuito é fazer com que o professore se aproprie deste ensino e o re-construa com sua classe.
O papel do professor em sala de aula é o de levar seus alunos a agirem sobre o espaço para que estes consigam chegar a um pensamento reflexivo e a compreenderem o espaço e sua organização.
                                                                                                     Glenda Santana

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