sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Histórias de vida: A identidade na Educação de Jovens e Adultos


 Para se tratar da questão da educação de jovens e adultos no Brasil, é preciso considerar que esta é diretamente ligada aos movimentos sociais e que abrange pessoas geralmente marcadas por algum tipo de exclusão. Por isso, a educação não pode se restringir à alfabetização e sim deve ser contextualizada. Não podemos deixar de trazer a importância das histórias de vida para a construção do conhecimento desses sujeitos, que só será um conhecimento significativo, se eles puderem estabelecer relações concretas dos conteúdos oferecidos com a realidade em que vivem.
Essas histórias de vida, além de revelar a identidade destas pessoas, (pertencimento) lhes possibilitam trazer, através de suas memórias e vivências, conhecimentos que serão analisados, criticados e reconstruídos no coletivo. Assim, com a valorização de seus saberes atrelados aos contextos históricos, vivenciarão novas situações, tornando-se pessoas conscientes, críticas e capazes de se perceber como participantes ativos neste processo de construção, que terá realmente significado, uma vez que evidencia e busca a resolução de problemas diretamente relacionados ao seu próprio cotidiano. Também precisa ser levado em conta que cada uma destas pessoas é única, com características próprias e que viveram realidades diferentes.
 Conhecendo dados pessoais dos alunos, como nome, gênero, raça, origem, filiação, classe social da qual vieram, e outros, o professor pode usar isso como fonte de palavras que realmente despertem o interesse deles, facilitando a relação que farão com todos os  outros contextos.
Um exemplo disso é o professor iniciar numa classe de jovens e adultos, usando o próprio nome dos alunos para atividades simples, visto que para eles, escrever o nome é a conquista principal neste momento. 
 Nessa construção, é relevante que haja interação entre professor e alunos, numa relação de diálogo e de troca de experiências que criarão um ambiente propício à compreensão do processo educativo. E certamente estes alunos conseguirão, a partir da compreensão de suas realidades concretas, construírem novas histórias como sujeitos autônomos e conscientes.
Dessa forma, podemos entender as Histórias de vida na EJA como um recurso necessário e de muita relevância neste processo, pois estas conseguem trazer os alunos para dentro do contexto da Educação, sem que percam sua identidade. 
                                                                                         Paulina Silveira e Thalita Jenifer

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